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Planos de Saúde e Promoção de Saúde:
Reflexão além da redução dos custos futuros
Muitas Operadoras de Planos de Saúde desenvolvem programas de promoção de saúde e medicina preventiva como forma de reduzir o impacto do crescente aumento da sinistralidade de suas carteiras e para o acompanhamento de pacientes crônicos. Esse investimento é estratégico para que as Operadoras possam ter uma gestão eficiente dos custos assistenciais a longo prazo.
No entanto, a dinâmica atual do mercado aponta outro fator determinante para o equilíbrio de contas das Operadoras. Atrair o público mais jovem, menos suscetível à utilização rotineira dos serviços médicos, demanda uma oferta mais ampla em serviços de saúde, que vá além do tratamento de doenças.
Um dos principais produtos substitutos que tem ganhado espaço no mercado são as clínicas de especialidades e diagnóstico, inicialmente chamadas de “populares”, mas que hoje já ganharam nova configuração – ambientes modernos, atendimento ágil e eficiente, facilitação de pagamento – que proporcionam aos clientes acesso rápido, fácil e com excelente custo-benefício para quem quer apenas fazer as consultas preventivas anuais. Exatamente o perfil de cliente que equilibra os cálculos atuariais das Operadoras, mas que atualmente veem pouca vantagem em adquirir um plano de saúde já tido como “tradicional”.
Mas como as Operadoras podem reinventar seu produto para atrair o público com menor necessidade de tratamentos médicos?
Em que pese que a questão é bastante complexa para ser tratada em um único texto, e que se pretende apenas colocar um ponto de reflexão; é possível ver na ampliação dos programas de promoção de saúde e de medicina preventiva uma saída para configurar ofertas ao mercado com valor agregado mais atrativo para esse público. Ampliar os programas para outros perfis de beneficiários, além do gerenciamento de crônicos como hipertensos, diabéticos, etc. Parcerias com outras empresas de serviços, como academias, serviços multidisciplinares de saúde, eventos que incentivem a prática de reeducação física e para o equilíbrio da saúde mental – tão necessário em nossa sociedade cada vez mais acelerada. São ações já praticadas pelas Operadoras, mas não em quantidade ou frequência suficiente para tornarem-se diferenciais de mercado ou motivadores de compra de um plano de saúde pela população mais jovem e mais saudável.
Como já pontuava Theodore Levitt no famoso artigo “Miopia em Marketing”, o que compromete a sobrevivência dos negócios é fixar o olhar para as características do produto, ao invés das necessidades dos clientes.
Fernanda de Almeida é consultora de comunicação e marketing, doutoranda em comunicação e diretora da consultoria Adenda (www.adenda.com.br).


